domingo, 1 de junho de 2008

Os Filmes da Minha Vida!!

Olha lá eu plagiando Truffaut!! Em seu famoso livro "Os Filmes da minha vida" o diretor tecia críticas apaixonadas e objetivas sobre uma dezena de filmes que lhe marcaram. Eu não tenho esse cacife. Vou listar a principio meus filmes prediletos:

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971) Numa época indefinida, um grupo de delinquentes pratica atos de violência por puro prazer. O líder do bando Alex (Malcom MacDowell, em atuação excepcional), é preso e passa por uma lavagem cerebral que tenta eliminar seus instintos violentos. A violência do indivíduo é fichinha perto da violênciadvd_16052 do estado. A idéia, já contida no profético livro de Anthony Burgess que inspirou o filme, é enfatizada com todas as cores e sons por Stanley Kubrick. Uma cenografia entre o clean e o kitsch é devassada por uma câmera em perpetuo e vertiginoso movimento, captando os menores detalhes a partir dos ângulos mais surpreendentes. A música predominante é Beethoven em arranjos deliberadamente modernosos. As sequências mais brutais são coreografadas com um cinismo e humor negro quase insuportáveis. O filme durante muito tempo esteve proibido e diversos países (inclusive,claro no Brasil), e foi banido da Grã-Bretanha , a pedido do próprio Kubrick depois de desencadear uma onda de imitação entre a juventude local.

Os Incoincompreendidosmpreendidos (Les 400 Coups, 1959) Filme fundamental da Nouvelle Vague- o movimento criado por críticos de cinema franceses- e um dos mais importantes da história do cinema. Estréia na direção de François Truffaut que apresenta pela primeira vez seu alter- ego Antoine Doinel (Jean Pierre Léaud) aos 13 anos. Rebelde, o moleque vive em conflito com os pais e os professores. Consegue se libertar da tirania de ambos por meio dos livros, das amizades, dos filmes a até mesmo da delinquência. A infância era um dos temas preferidos do autor.

O Sétimo Selo (Sjunde inseglet, 1957) É o filme mais acessível, apesar de metafórico do cineasta sueco Ingmar Bergman. Feito nos anos 1950, década na qual os questionamentos metafísicos do cineasta se expandiram pelo ocidente, é obra de um simbolismo, se não óbvio, ao204538 menos cristalino. Trata-se da busca de um cavaleiro medieval (Max Von Sydow) por uma lógica divina enquanto uma epidemia mortal mata a rodo na Europa. O personagem desafia a morte em jogo de xadrez, pergunta a ela sobre a razão da vida, mas não encontra respostas. Há humor nisso, mas é venenoso. Bergman mostra a transição da idade das trevas para as das luzes ao matar Deus e exibir o homem como sujeito do destino. A direção incorpora influências da pintura e do teatro, no visual e nas atuações, mas as utiliza em benefício do cinema. Primoroso!!

A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life, 1946) O mais felicidade-nao-se-compra-poster02 famoso filme de Frank Capra em que ele sintetiza magistralmente o humanismo exacerbado de toda a sua obra, marcada por homens comuns que se transformam em heróis na luta contra os monstros da corrupção, da ganância e da avareza. James Stewart esta insuperável na pele de George Bailey, o homem de coração de ouro e honestidade a toda à prova que se encontra à beira do suicídio em plena véspera de Natal. Uma rápida reunião celeste designa então uma anjo da guarda para resgatar o suicida.

Tempos Modernos (Modern Times, 1936) Nenhum diretor resistiu mais ao cinema sonoro do que Charles Chaplin: ele sabia que esse avanço tecnológico era a morte de seu Carlitos. Por isso mesmo, fez Tempos Modernos sem diálogos, apoiado essencialmente na música. 666EA_1 Não por acaso, é também um filme contra o avanço tecnológico, em que Carlitos é um operário às voltas com a crueldade do maquinário e as exigências da indústria. Esse motivo o ajudou a fazer, aqui, algumas de suas gags mais inesquecíveis, que triunfam com facilidade sobre seu lado meio sentimentalóide. Mas o que se desenha neste filme, que o faz genial, não é o humanismo fácil. É, sim, a crítica aguda da modernidade, a percepção de que este mundo do progresso, aparentemente triunfante, vive no abismo do desequilíbrio, à beira de um desarranjo brutal, prestes a desintegrar-se, vítima não de uma ameaça externa, mas de si mesmo. Sob esse aspecto, não é exagero dizer que esta é o mais atual dos Carlitos. Aqui, sua mímica transforma o impossível em possível, o inacreditável em matéria.

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