sábado, 7 de março de 2009

Morangos Silvestres (Smultronstället , 1957)


Ingmar Bergman consagrou-se como um dos maiores nomes do cinema por ter criado uma obra de reflexão sobre as dúvidas existenciais. Mas nunca o diretor obteve resultado tão comunicativo e poético quanto em Morangos Silvestres, o ponto máximo de sua brilhante carreira. Apesar da presença iminente da morte (tema frequente em sua filmografia), é também uma das realizações menos sufocante do cineasta. A busca de um sentido preciso para a existência é aqui exposta através das dúvidas e preocupações que perturbam o velho professor Isaac Borg (Victor Sjostron, que na vida real foi um diretor fundamental para o cinema sueco) a partir do momento que este decide ir a Lund, onde vai receber importante título. Na viagem, a companhia da nora (Ingrid Thulin), a passagem pela antiga casa de verão, o encontro com três estudantes, com um casal em crise e com a velha mãe (Naima Wifstrand), também suscitam questionamentos. Bergman alterna com invejável segurança o onírico e a realidade, o passado e o presente. Raramente a dor da recordação e o pesar da oportunidade perdida adquiriram no cinema força tão incomum e ao mesmo tempo serenidade tão lírica.

☺☺☺☺☺

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