
Se cada grande filme tem uma imagem que o resume, a de Rio Bravo é a de um homem armado de rifle caminhando tenso por uma rua deserta, espreitado por olhos ocultos na sombra e assediado pelos ruídos da noite. Este homem pode ser o xerife Chance (John Wayne, claro!) ou seu auxiliar, o alcoólatra Dude (Dean Martin), ambos empenhados em impedir que um bando de criminosos venha resgatar seu amigo assassino trancafiado na prisão local. Só não atinge a claustrofobia graças a habilidade do diretor em costurar pequenas tramas paralelas que inundam de humor e humanidade seus personagens. O resultado é um dos melhores westerns já realizados e um dos melhores filmes de Haword Hawks (e isso não é pouco). O filme é a resposta do diretor a outra obra-prima realizada em 1952, Matar ou Morrer. Hawks interpretava a covardia e o medo do xerife interpretado por Gary Cooper como algo anti-americano. Se no filme de Fred Zinnemann o xerife luta contra o tempo para a arregimentar parceiros para ajudá-lo no confronto com um bandido, aqui Wayne recusa-se a aceitar ajuda. Apesar do estilo quase patriótico furado o filme possui um apelo tão forte e envelheceu tão bem, que continua sendo uma fonte de inspiração eterna para todos os cineastas que um dia ou outro já pensaram em fazer um westerm. Tão bom que o próprio Hawks, não resistiu e refilmou-o em 1967, como El Dorado.
☺☺☺☺
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